jueves, 17 de marzo de 2011

O luminol nao é tudo !!!

E o luminol não é tudo...

segunda-feira, 5 de julho de 2010
Bruno Fernandes, goleiro do Flamengo, segundo a mídia: assassino (não-confesso) de sua ex-amante, uma garota de programa (segundo ele). Nas últimas duas semanas, praticamente não se fala de outra coisa. O assunto virou capa de revista, tema corriqueiro nos telejornais (parciais em sua maioria), programas sensacionalistas e até nas mesas de bar. Entre um insulto e outro para o Dunga e o Felipe Melo.
Mas, enfim, a última notícia é que através do teste do luminol encontraram sangue da "moça" no carro do "goleiro-matador". Resumindo: o cara já está condenado pela mídia, o famoso 4º poder (ficam na frente até das facções criminosas) no mundo, que por sua vez manipula a opinião pública e, condena mesmo com provas não totalmente conclusivas.
Não estou aqui para defender o cara por ele ser goleiro do meu time de coração (que fase, este ano já teve dois jogadores "passeando" pelas favelas com a "rapaziada" do tráfico), mas pelo fato de, até o momento as provas serem apenas circunstanciais e o luminol que tanto fazem "firulas" não ser isso tudo. Tudo bem que o cara tinha motivação e histórico para um possível crime, mas o luminol marca até água sanitária (cândida para os paulistas e hipoclorito de sódio para os nerds).
Voltando ao luminol: é um composto orgânico aromático que ao reagir água oxigenada (peróxido de hidrogênio), resulta em uma lenta reação de oxidação que gera um produto fotoexcitável. Esta reação de quimiluminescência é famosa, você já deve ter visto nas séries de Tv, tipo: C.I.S., N.C.I.S.,...Nestas séries, geralmente eles usam o luminol como descrevi acima para detectar sangue. Mas, por que isso acontece?
A presença de ferro acelera a reação de oxidação entre o luminol e o peróxido de hidrogênio, resultando na emissão de energia. Como as hemácias possuem hemoglobina para transporte de oxigênio (principalmente) e, esta molécula possui ferro em seu grupo prostético, naturalmente o luminol reage facilmente com o sangue. O uso de uma lâmpada de luz negra facilita a visualização e faz até um "H" de cientista-criminalista.Ou seja, tem ferro o luminol está marcando e então, o resultado será um falso-positivo. Imaginemos então: os detetives todos felizes por encontrarem resultado positivo na detecção de luz proveniente da reação do luminol. O acusado é preso devido uma série de circunstâncias e motivações. O promotor vai com tudo. Aí chegam os advogados de defesa (a maioria mais esperto que os próprios juízes). O cara na defesa de seu cliente, que pode até ser o criminoso, mostra alí, em frente ao juri, que o luminol marca como positivo: pedaços de cobre e outras ligas metálicas, ferrugem, alvejantes de limpeza doméstica e até mesmo resíduos fecais. A acusação desmorona e a defesa ganha o caso.Por isso, resultado positivo para luminol, nem sempre deverá apontar para a presença de sangue. Caso o resultado seja realmente positivo, deve-se colher a amostra e verificar sua natureza química. A extração de DNA de amostras positivas para luminol é possível e, desta forma, através de sequenciamento pode-se, inclusive, identificar de quem é o sangue.
Ou seja, no caso do goleiro, precisamos da confirmação se o sangue é sangue mesmo e, se for sangue, de quem ele é.
Não esqueça, em ciência especulamos e criam-se hipóteses, mas só após todas as experimentações e testagens possíveis é que devemos tirar conclusões.

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